sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Notas de um político impreparado (1)

O mais fácil é saber para onde se quer ir. Ou, mais fácil ainda, que não se quer ir por ali.
Quer dizer, fácil, fácil não será. Sair do rebanho implica sempre um esforço intelectual de confirmação de pressupostos e de justificação das ruturas. Só precisamos de explicar "porquê?"  (inclusivamente a nós próprios) quando optamos por um caminho diferente.
Mas pronto, saímos. E sabemos onde queremos chegar. O difícil então é descobrir o caminho, saber em cada passo pequenino como é que ele vai contribuir para atingir o destino almejado.
Exemplifico: digamos que queremos uma União Europeia democrática. Nem toda a gente percebe que Portugal, como outros países europeus, abdicou da sua soberania para a colocar num sistema sobre o qual não tem nenhum controlo. Há quem perceba e ache bem. Mas quem entende que não pode haver poder político sem controlo democrático, como faz? 
Quem quer o fim da industrialização do sofrimento animal e se apercebe que isso implica repensar muito da cadeia alimentar atual, por onde começa?
Quem quer que os seus filhos não tenham que sofrer os efeitos de um clima desregulado, pode fazer alguma coisa a partir do seu bairro?
A resposta curta é- ninguém sabe! Ou melhor, sabe-se que não há UMA resposta, a não ser que ela precisa de ser descoberta com outros. É preciso encontrar parceiros de caminho e com eles decidir cada passo. Uns verão mais longe, outros darão passos mais largos. Talvez a meta tenha até que ser ajustada. Mas mudar o mundo é uma tarefa coletiva.

Diz-me, para onde queres ir?